Futebol apaixonante!

Xiii, mulher, falando de futebol???

Com F maiúsculo.

é apaixonante.

Não há classe social,

alí, não tem rico ou pobre,

torcedores vibram, se abraçam,

 camisas suadas, trocam lágrimas,

gritam unidos num coro único.

E os "figuras" que aparecem?

                             

Mistura de crenças...

                            

respira futebol! pensa futebol! inspira, esse futebol!

ih, coitado de quem não curte...

fila de banco, espera no consultorio, taxista falante, no trabalho e na hora do almoço.

É assunto presente em toda roda, qualquer ocasião.

 

motivo de discussão,

todo mundo tem opinião.

todo mundo tem a solução.

 

Futebol apaixonante.

Futebol que não tem idade.

Futebol que é inclusão.

                

Futebol.

Cuidado, você ainda vai se apaixonar.

Perdoei, mas não esqueci... sorry!

Perdoar não significa esquecer.
Às vezes me pergunto de quem teria partido a idéia de que o perdoar depende do esquecer.

per.do.ar - (lat perdonare) vti e vint 1 Conceder perdão a; ser humanitário, tolerante; Deus lhes perdoe. "Perdoa, se queres" (Alexandre Herculano). vtd 2 Absolver, remitir (culpa, dívida, pena etc.); desculpar:   vpr 3 Poupar-se;

es.que.cer - (lat vulg *excadescere) vtd 1 Deixar sair da memória; perder a memória de; tirar da lembrança; olvidar. vpr 2 Perder a lembrança ou a memória; olvidar-se. vtd 3 Não fazer caso de, pôr em esquecimento. vti e vint 4 Escapar da memória, ficar em esquecimento. vtd 5 Descurar-se de: Não esquecia as suas tarefas. vpr 6 Descuidar-se: Meu secretário esqueceu-se de tudo. vtd 7 Abandonar, desprezar. vtd 8 Não ser mencionado, por descuido ou falta de atenção: Ia-me esquecendo do recado. vpr 9 Estar ou ficar enlevado: Esquecia-se perante aquele deslumbramento. vint 10 Distrair-se de coisas molestas: Bebia para esquecer. vpr 11 Não atender: Agiu mal, esquecendo-se da companhia em que estava. vint 12 Ficar dormente ou tolhido, perder a sensibilidade.
(ambos de Moderno Dicionário da Língua Portuguesa Michaelis)
Não e não.
Pra mim, o perdoar prescinde o esquecer.

Mais que isso: perdoar implica necessariamente no não-esquecer.

Ora,  o que perdoa, espera não ter que "reperdoar" (pelo menos aquele mesmo delito, erro, descuido... bater na mesma tecla, sabe?).
Não que não se possa ou se deva perdoar de novo e de novo e de novo....
(lembrou do que disse Jesus??)


     Então Pedro, aproximando-se dele, disse:
     Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim,
     e eu lhe perdoarei? Até sete?
    Jesus lhe disse: Não te digo que até sete; mas, até setenta vezes sete.
                         (Matheus 18, 21 e22)




Ora, esquecer é para quem bateu a cabeça na parede,
                                                      sofreu um avc, ficou meio bilolado,
                                                                                              perdeu a memória, coisa assim.

Perdoar é escolha. Vontade. Querer.
É optar por ser feliz .
O que perdoa, respeita o perdoado. É generoso com o outro.Age com compaixão.
 Não deseja ferir, ama.
E quem ama, serve. E não há orgulho neste seu perdoar.



O que perdoa transcende. Deixa pra lá.
Resolve que vale a pena.
O amor basta e a vida continua (e não há nisso garantia alguma de não passar por novos escorregões).


 E o perdoado?
 ah, o perdoado... acho bom que ele saiba que não foi esquecido.
Mas não significa que precise ser lembrado (nada mais covarde e sórdido).
Ao perdoado resta a chance de se redimir, de mudar, de tentar, de amar, se sentir amado.
Para o perdoado resta o maior trabalho - cabe a ele se perdoar antes de tudo. É penoso. Leva tempo.
Terá que superar a culpa.
Apenas diante do amor é que o perdoado poderá voltar acreditar em si e caminhar em direção a alguma mudança.

O perigo do esquecimento (caso v. tenha batido a cabeça numa quina qualquer ou coisa assim) é justamente a repetição dos erros, faltas, ofensas, desrespeito.
Assim, a pessoa que sofre agressões psicólógicas do companheiro, por mais que ame de paixão, não deve "agir como se nada tivesse acontecido", caso contrário, sofrerá ininterruptamente as mesmas e cada vez piores agressões.

Quanto a relação em si,
o perdoador e o perdoado
 é que decidirão se continuam
 (a relação, a amizade, a sociedade)

ou tocam a vida pra frente...cada um pro seu lado.
Aí, só mesmo o querer, o amar, o renunciar, o servir.




Ainda em tempo, SEMPRE vale à pena perdoar.

A beleza da tragedia no Rio...

Neste últimos dias ficamos consternados com as destruições caudadas pelas chuvas na região serrana do Rio.

Da tragédia, vejo uma linda cena, que me toca no fundo do coração e emociona
(desculpe se consigo ver algo de bom nesse momento de desespero, dor, perda, morte).


Explico: o Brasil (graças a Deus) não tem muita experiência em grandes tragédias.
Acho que o povo brasileiro vive e sobrevive à pequenas-constantes-mini-tragédias dia após dia.
Mas GRANDES tragédias, não. Aqui, não temos casos de milhares de mortes de uma vez -vide os terremotos na China, Haiti, tsunami na Indonésia (2004)...



A mobilização para socorro às vítimas das tragédias na região serrana do Rio expôs em carne viva  o coração enorrrrme desse povo.
Nestes últimos dias, a generosidade do brasileiro tomou a cena.
Coração solidário. Coração generoso.
Conheço muita gente que tem enviado ajuda.
De todo canto, de diversas cidades, do país todo.

Gente que chora junto, que escolhe arregaçar as mangas pra acolher, consolar, amar aqueles que perderam família e tudo o que possuiam.

No entanto, não posso deixar passar em branco....
Vejo também um lado escuro ...

se por um lado vê-se corações aflitos que buscam minimizar a dor do outro, por outro, parece que a desconfiança endureceu os corações de outros tantos.

Explico: não são de poucos que tenho escutado frases do tipo: "as doações não chegam ao destino, antes são desviadas" ou  "não manda nada, não, porque estão roubando!", ou "já tem muita coisa enviada, não precisa mandar mais" (...)

Lamentável.

Vergonha.

Tristeza.

Não sei se já faz parte da cultura do brasileiro, ou talvez pura descrença na política, nas autoridades que governam ...

Pode ser. Mas e o povo que sofre?
A generosidade não está no ato simples de doar.
é doar-se junto. (faço minha parte, mesmo que não possa controlar o destino final).

Acho ótimo que pessoas abram suas dispensas e closet e tiram tudo que não usam mais, aproveita mesmo pra liberar espaço doando o que não lhe presta mais, aquele edredon velho que só atrapalha no armário (afinal, estão precisando de tudo para reconstruir suas vidas! tudo é válido).

Mas isto aí não é generosidade. Tem algo de mesquinho nisso.
Aqui se fala em abrir mão.
Doar de si.
A generosidade dói . Você abre mão. Sente. Ama.

Pense nisso.


A propósito, a IBAB -Igreja Batista da Água Branca www.ibab.com.br , em parceria com
a Rede SOS Global e AME - Assossiação Missão Esperança (que atua em situações de  tragédia),
acolhe doações, na Rua Robert Bosch,116, Barra Funda, SP
Já enviaram 8 caminhões na semana passada, e pra os preocupados,
a entrega é acompanhada até o destino final. 

eita, bahianada!!!!

Sou paulistana. E como tal, acostumada a ouvir pela rua: Bahiaaaano!!
(sempre num triste tom de xingamento)

-Só podia ser Bahiaaaano!!!

Não sei de onde possa ter surgido a expressão. Mas sei que não é apenas uma expressão popular, é muito mais que isso: é um tremendo preconceito contra o povo bahiano (vindo aqui do sudeste...principalmente de nós, paulistas).
Aqui, em Sampa, mas também de uma maneira geral, o bahiano é cunhado por características que remetem a vagareza, sono, preguiça, lentidão...diz-se povo devagar quase parando, não muito chegado à labuta...que só quer saber de festa, carnaval... e por aí vai.

Que tristeza,
Que mentira,
Quanto pré-conceito.

Neste ano de 2010 tive a deliciosa oportunidade de conhecer um pouco melhor o povo bahiano.
Meu marido vive mudando de cidade/estado a trabalho - o que nos faz um pouco nômades...rsrs - e moramos em Salvador por alguns meses.
Na minha opinião, muito pouco tempo. Gostaria de ter ficado mais tempo e confesso que trocaria Sampa pela capital bahiana, facilmente.





que boniteza de cidade!!  cheia de história, culturalmente rica.
Deslumbre de praias...

Mas aqui estou pra falar um pouco é do povo bahiano.

Raçudo, forte, trabalhador, persistente, alegre.
Povo politizado (precisa ver como de fala em política por todo canto e classe social),
Bem humorado, de opinião forte, observador.
Corajoso.
Tranquilo, em paz cosigo. Seguro de si.

 Me chamou atenção em especial: um povo que não reclama. Segue a vida. E feliz.
Não sei se o paulistano é, como dizem, estressado, ou apenas insatisfeito por natureza. Por aqui se reclama por quase tudo: a fila do banco que está grande, o ônibus que não chega... e quando chega, está cheio. É muito calor, frio, a chuva. Pior, no lazer continuamos a reclamar: no cinema, reclamamos da fila pra entrar, e da fila pra pipoca, e do tumulto pra sair do estacionamento... e o trânsito pra chegar em casa...
(ué, mas não tá de folga, então pra que a pressa?)

o Bahiano, não.
ele vai vivendo, parece não se importar com essas futilidades... ele parece saber que no fim, chega lá.
Como se soubesse quão precioso é o tempo, e a vida, e vai vivendo... Não se importa com o cara que fura a fila (meu Deus! confesso que me irritei tanto quando furaram a fila da bilheteria do cinema que acabei desistindo de comprar o tícket, rsrs)
E ainda parece te olhar como quem diz: "Pra quê tanta pressa?" "Tá correndo de quê essa aí?"
Percebe que não adianta correr. Ele deixa as coisas acontecerem. Apenas observa.  Talvez matutando onde será a festa, mais à noitinha...
É festeiro, sim esse povo da Bahia.
Como gosta de dançar... samba, forró, axé... não importa não.

importa é viver, relaxa!

São Paulo, como se sabe, é onde se encontra mais bahiano, fora da Bahia.
Então vou aproveitar pra aprender por aqui mesmo mais desse povo que é massa!

Liberte-se de você!

"Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,  a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente." Carlos Drummond de Andrade



Ano após ano, achei mesmo que tudo seria diferente.
Inúmeros foram os pedidos, os desejos, as esperas de anos passados... e quão numerosas foram as frustações dos anos que os seguiram.

Passei alguns anos com tantas petições, tantas esperanças de mudança.


Muito pouco alcancei.

Confesso que demorei um pouco pra ver a "ficha cair" - quanto mais corri, mais me iludi.


Cansei.
Depois de anos frustantes, cansei. Desisti...pra finalmente me entregar aos braços de Deus.
2010 foi desintoxicante.


Agora, começo de um novo ano.

Tudo novo de novo. Será mesmo?
Neste reveillon não fiz pedidos, nem promessas,

Não determinei metas para 2011, nem fiz balanço do ano que passou... nada.

2011 venha o que vier.

Aproveito essa energia de recomeço e agradeço a Deus pelo que passou e pelo que será.
Peço que Ele me cuide.

é claro que tenho meus desejos... mas agora tenho a certeza
 que Ele os conhece (todos)...
e sabe o que é melhor pra mim.


"Não estejais inquietos por coisa alguma;
 antes, as vossas petições sejam
 em tudo conhecidas diante de Deus,
pela oração e súplicas, com ação de graças" (filipenses, 4, 6)

Me sinto liberta de mim mesma.

Feliz 2011!