domingo, 17 de julho de 2011

Maneira de Amar


                        De Carlos Drummond de Andrade:


Girassol por glamoroussky
O jardineiro conversava com as flores e elas se habituaram ao diálogo.
Passava manhãs contando coisas a uma cravina ou escutando o que lhe confiava um gerânio.
O girassol não ia muito com sua cara, ou porque não fosse homem bonito, ou porque os girassóis são orgulhosos de natureza.

Em vão o jardineiro tentava captar-lhe as graças, pois o girassol chegava a voltar-se contra a luz para não ver o rosto que lhe sorria. Era uma situação bastante embaraçosa, que as outras flores não comentavam.
Nunca, entretanto, o jardineiro deixou de regar o pé de girassol e de renovar-lhe a terra, na devida ocasião.

O dono do jardim achou que seu empregado perdia muito tempo parado diante dos canteiros, aparentemente não fazendo coisa alguma. E mando-o embora, depois de assinar a carteira de trabalho.

Depois que o jardineiro saiu, as flores ficaram tristes e censuravam-se porque não tinham induzido o girassol a mudar de atitude.
A mais triste de todas era o girassol, que não se conformava com a ausência do homem. "Você o tratava mal, agora está arrependido?" "Não, reposndeu, estou triste porque agora não posso tratá-lo mal. É a minha mneira de amar, ele sabia disso , e gostava".
Girassol por Pillmann


quarta-feira, 13 de julho de 2011

Eu, que não sou internética...

Eu, que não sou nada internética...
que prefiro falar a teclar;
Confesso: sinto um medinho de tanta tecnologia.

Acho que o mundo tá ficando meio chato... as pessoas estão mais distantes
 umas das outras, ou é impressão minha?

Esse vídeo é antiguinho, mas não poderia deixar de postá-lo aqui.



Eu ainda prefiro o olho no olho, o cheiro e o toque da pele;
gosto do som da respiração, do riso e até mesmo das lágrimas caindo...

Sinto saudades dos tempos em que sentávamos em volta da mesa pra contar e lembrar de
estórias antigas... de vez em quando alguém trazia um violão enquanto cantávamos (sem qualquer afinação), mas com muita alegria.

 Hoje as conversas são rápidas, mais frias, twittadas rapidamente entre um email e outro, sem muito comprometimento.
É certo que o numero de "amigos" cresce de maneira surpreendente, mas e quanto as amizades reais, daquelas que a gente conta nos dedos? (tem dias que quero mesmo é um abraço apertado, não me venha "curtir" meu link...)

Seria pedir muito que olhes nos meus olhos, conversa de pé de ouvido...