terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Espelho, espelho meu!


Como consultora de Imagem, não poderia deixar de enfatizar que a aparência (física) exterioriza a personalidade.
Tá bom, nem sempre revela o que somos, mas certamente o que desejamos ser, o jeito que vivemos.

A P A R Ê C I A (do latim apparentia)- aquilo que se mostra,
à primeira vista, exteriormente, aspecto, ar

Através dela, o mundo nos enxerga. Sinaliza mais que isso: é nossa escolha de COMO queremos ser tratados. Acho que não só podemos, como devemos dar especial atenção à aparêcia física, sim.
Mas quero falar um pouco de OUTRA beleza.
Beleza sem prazo de validade, que não segue moda, mas não deixa nunca de estar no grito da moda...

Daquela que se vê somente através da ALMA, de tão profunda que se encontra.
Pura e simples. Sem intenções... natural.



Segue texto que me chamou a atenção por falar deste beleza...(Texto Ed René Kivitz, de ontem..)
Intitulado  "A fórmula da beleza", vai muito além da beleza puramente estética:

"Fui convidado para falar na celebração dos 20 anos de uma empresa que atua no mercado da moda. Decidi falar sobre a fórmula da beleza. Dei asas à imaginação e pensei na modelo atravessando a passarela. Considerei que a beleza que desfila se resume no conjunto de três características: simetria das formas, harmonia das cores, e leveza do movimento. É a minha síntese da beleza estética.
Lembrei da observação do sábio Salomão: “o coração alegre traz beleza para o rosto”, e não demorou muito para que eu caísse no cliché: o mais importante é a beleza interior. Chamei a beleza interior de beleza ética. E então concluí que é a beleza ética que faz florescer a beleza estética.
O passo seguinte foi definir o mínimo de características da beleza ética. Eis a minha síntese: pureza da consciência, grandeza de caráter e generosidade anônima. A pureza é aquela integridade de motivos, coisa de quem não tem agenda oculta e faz o que faz simplesmente porque é o que deve ser feito, sem interesses escusos e motivações mesquinhas por trás. É também uma dose de sinceridade e autenticidade, uma postura não dissimulada, própria de quem é o que é e não pretende se passar por algo diferente, não faz pose nem usa máscara.
A grandeza do caráter tem a ver com honestidade, verdade, justiça, mas também com a genuína humildade, um jeito meio singelo de sequer fazer qualquer referência a si mesmo, pois os grandes se julgam pequenos e se ocupam mais da vergonha pelos seus pecados do que no alardear de suas virtudes. A elegância faz deferência ao outro, tira o foco de si mesma e faz brilhar quem está perto. O cárater íntegro não é perfeito, mas também não é dissimulado. Não é questão de perfeição, mas de coerência.
A tríade da beleza ética é composta também pela generosidade anônima. Ocupada com o amor ao próximo, doadora, não egoísta e não egocêntrica, dedica-se a servir sem se sentir diminuida e faz o bem com simplicidade e naturalidade, de modo que “a mão esquerda não sabe o que fez a mão direita”.

Considerei também que a beleza não é um fim em si mesma. Não desejamos tanto ser belos. O que queremos mesmo é seduzir. Não necessariamente a sedução erótica. Falo de seduzir como de cativar. O que desejamos é ser acolhidos, aceitos, admirados e desejados. Enfim, queremos ser amados. E em algum momento fomos convencidos de que a beleza estética é o caminho mais curto. Mas somente pessoas superficiais acreditam nisso. Salomão tinha razão. Quem tem a beleza ética tem também aquilo que nem sempre está presente na beleza estética, e que faz toda a diferença: brilho nos olhos."



Depois de ler, fiquei pensando...a busca por um ideal de beleza sempre foi uma característica marcante da natureza humana e uma preocupação da sociedade...mas qual teria sido o momento em que passamos a correr freneticamente atrás da beleza estética, superficial, fria, muitas vezes vazia?

  

 ...essa busca assumiu proporções inéditas... Não se vê que essa busca não terá fim?
pelo menos, não enquanto não mudarmos os olhos que a buscam.

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